terça-feira, 22 de dezembro de 2009

PEQUENO RESUMO DA HISTÓRIA DA CONSERVAÇÃO/ RESTAURAÇÃO (1ª PARTE - ATÉ O BARROCO)



Os antigos gregos já priorizavam a conservação de suas obras, praticando a Conservação Preventiva, pois faziam a seleção de materiais e técnicas para a execução de suas esculturas e pinturas. Os templos tinham o papel dos museus, onde as esculturas e outras peças eram inventariadas e as esculturas arcaicas eram enterradas. A Restauração era praticada para recompor partes de peças que eram danificadas pelas guerras e roubos.
Na Roma antiga, a prática do colecionismo indicava poder social e político. As coleções eram privadas, e as obras eram modificadas ao serem obtidas. Faziam-se cópias e reproduções e praticavam-se intervenções drásticas, como a transposição de pinturas murais para painéis de madeira. Os romanos, pela dominação territorial extensa, absorveram várias culturas e religiões, modificando-as. Buscavam a imortalidade da matéria. Devido a isso, a restauração era vista como magia, pois o restaurador era aquela pessoa especial que dava vida à obra através do realismo obtido pelas intervenções. O restaurador tinha cargo público: curator statuarum.
Na Idade Média, a Conservação/Restauração estava ligada à recuperação de materiais. A pobreza e a falta de matéria-prima levavam à destruição de monumentos e à refundição de esculturas e peças de metal; buscavam-se recuperar pedras e peças de monumentos abandonados; os templos, termas e teatros serviam como canteiros de obtenção de mármores; fragmentos e esculturas inteiras de mármores eram queimados para a fabricação da cal utilizada na argamassa. As obras sofriam intervenções “utilitárias” ou de gosto, e o restaurador era considerado o artista, pois as “corrigia”.
Inicia-se então um grande desenvolvimento de técnicas e do fazer artesanal, com o qual aparecem os primeiros tratados técnicos, fruto das experiências dos Monastérios, como o Libro Del Arte, de Cenino Cennini (séc. XIV), sobre técnicas pictóricas.
Com o Renascimento, a Restauração fez prevalecer a instância estética sobre a histórica, através de inserções e renovações que mudam o significado iconográfico das obras: há uma busca de avanços tecnológicos e emprego de materiais distintos dos do original mas com o intuito de depois igualá-los através de pátinas; há presença de um colecionismo conservador e recuperador, motivado pelo gosto classicista; surgem falsificações através de intervenções que se aproximam do original, e são motivadas pelo gosto dos antiquários; ocorrem modificações no tamanho e formato das obras, devido à mudança de gosto e também às trocas de coleções, assim como, nas imagens, por meio de transformações mais realistas e também pelas mudanças de fundos; as intervenções relacionadas à religião alteram as obras por razões de culto, seja para valorizar o santo ou para substituí-lo por outro cuja devoção fosse mais atual; imagens consideradas indecentes são destruídas; imagens religiosas com grandes lacunas são queimadas em nome do respeito; proíbem-se as imagens de nus, nas quais são colocados vestidos e “panos de pureza”.
No Barroco, a Conservação/Restauração adquire um caráter mais específico devido à definição, pelo mercado, das diferenças entre artista e restaurador; buscam-se novos materiais, técnicas e teorias sobre as possibilidades e os limites da restauração da matéria e sobre o valor histórico e cultural das obras; ocorrem avanços nas técnicas de restauração dos suportes e de limpezas; as transposições e marouflages passam a ser amplamente utilizadas; valorizaram-se a pátina do tempo; há uma difusão de produtos devido aos receituários; a reintegração cromática é realizada, de forma ilusionista através de repintura com os mesmos materiais do original; esculturas são complementadas e patinadas; iniciam-se uma busca por materiais reversíveis, e continuam as mudanças formais e de tamanho, de acordo com o gosto da época.



Disponível em: <http://www.conservacao-restauracao.com.br/resumo_da_historia.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2009.

domingo, 20 de dezembro de 2009

PALEOGRAFIA







Livros Restaurados.


RECENTEMENTE FORAM FINALIZADOS MAIS ALGUMAS OBRAS, ENTRE LIVROS E TELAS, OBRAS DO PROCESSO DE TRATAMENTO DE HIGIENIZAÇÃO E REENFIBRAGEM .

ALGUMAS DAS OBRAS SÃO : SERMÕES PADRE ANTONIO VIEIRA , JONNIS PHYSIOPHILI SPECIMEN MONACHOLOGIAE, TOMAS AQUINATIS ERASTIONES QUAS, ORIENTE CONQUISTADO PELOS PADRES DA COMPANHIA DE JESUS , PICTORUM AT QUE ARCHITECTORUM ,FRANCOIS LEMOINE [DURANTE A CAÇADA ] "MOSTEIRO", DOCUMENTOS DE NOMEAÇÃO DE ÉPOCA ,"PARTICULAR "ILUSTRATIONS BIBLIQUES, MARIA IMMACULADA "ORATÓRIO" E ETC ..........

COLABORADORA A NOSSO SERVIÇO


NOSSO DIRETOR ,IRMÃO PAI E ANJO AMIGO!!


"A FELICIDADE SÓ SE COMPLETA SE FOR CONSTRUIDA TODO OS DIAS ,E RENOVADA A CADA MOMENTO POR QUE SER FELIZ NÃO É TER TUDO NA VIDA , MAS TER MOTIVOS PARA ADICIONAR ALGO NOVO EM NOSSA VIDA ".
BOAS MANEIRAS !
OS ANJOS NOS DÃO OS OMBROS , NÃO QUANDO QUEREM MOSTRAR INDIFERENÇA OS ANJOS DÃO AS ASAS.
MARIO QUINTANA
ESPAÇO DEDICADO AO MONGE QUE TAMBÉM NOS AJUDA A SOMAR EM NOSSO DIA A DIA .
DEUS TE ABENÇÕE MEU IRMÃO E AMIGO.
PAX!

A EQUIPE NOTA DEZ EM RESTAURO !![LOSB]


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


"Segue o teu destino...Rega as tuas plantas; ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias"
Fernando Pessoa

MATERIAS UTILIZADOS PARA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO E LOCAL DE TRABALHO

O PROCESSO DE RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO É MINUCIOSO E DE VITAL IMPORTÂNCIA PARA A PRESERVAÇÃO HISTÓRICA DA HUMANIDADE. COM ISSO, ACHAMOS IMPORTANTE MOSTRAR ALGUNS DOS EQUIPAMENTOS E LOCAL E TRABALHO, A FIM DE QUE OS INTERESSADOS E AMANTES DA CULTURA, POSSAM ADENTRAR NO UNIVERSO DA RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO... FIQUEM A VONTADE!!
Prensa e costurador

Secadora


MOP (Máquina para reefibragem no papel)


Mesa de luz para grande proporções



Laboratório



Exaustor -suga resíduos de lixo e insetos dos livros antigos





Materiais diversos




Caixa de lápis com tinta especial





Balde de água deionizada







Balança de precisão







terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO



O LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS DE SÃO BENTO FOI CRIADO A PARTIR DA PREOCUPAÇÃO DE PRESERVAÇÃO DO ACERVO DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA BAHIA E DEMAIS ACERVOS DOCUMENTAIS E BIBLIOGRÁFICOS DA CIDADE DE SALVADOR E DO ESTADO DA BAHIA; OIRUNDO DE UM CONVÊNIO ENTRE O MOSTEIRO E A ODEBRECHT.
ASSIM, OCUPA UMA ÁREA DE 90 M², DIVIDIDA EM SALAS QUE DISPÕEM DE MODERNOS EQUIPAMENTOS QUE PERMITEM O DESENVOLVIMENTO ADEQUADO DE TRATAMENTOS DE PRESERVAÇÃO DO SUPORTE PAPEL, SEGUNDO CRITÉTIOS INTERNACIONALMENTE VIGENTES.
DESSE MODO, TODO MATERIAL DO ACERVO OU DO SERVIÇO PARTICULAR QUE LÁ CHEGA, É ANALISADO MINUCIOSAMENTE E DEPOIS FAZEMOS UM DIAGNÓSTICO PARA TER UMA BASE DE COMO CHEGOU E O ESTADO ATUAL DA OBRA; ALÉM DISSO O MATERIAL É DIGITALIZADO ANTES E DEPOIS .

RESTAURAR É RECUPERAR TODA OBRA, MANTENDO-A VIVA, DANDO A MESMA IDENTIDADE EXISTENTE .
Informações: www.saobento.org/
Tel.: (71) 3322-4744
E-mail: laboratorio@saobento.org

O LEITOR E A CULTURA


''SER PESSOA É O DESAFIO CONSTANTE COM A CULTURA

SER LEITOR É A BUSCA APRIMORADA DO CONHECIMENTO''.

F@BIO SOARES

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

REFLEXÃO




"Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão."


Confúcio

Um pouco da história do papel e a conservação


A conservação de informações assentadas em papel é um problema de primordial para arquivos, bibliotecas, museus, colecionadores e congêneres, responsáveis por pequenos ou grandes acervos. Apesar de, neste último quartel do Século XX, dispormos de fitas, filmes, microfomeas e outros modernos suportes para informações, o papel ainda é depositário da maioria dos conhecimentos de nossa civilização.

O homem sempre sentiu necessidade de deixar anotados seus feitos, seus sentimentos, suas vitórias, suas interrogações e respostas, sua passagem pelo mundo. Com essa finalidade, usou os mais diversos materiais: das paredes das cavernas à argila, da madeira e metal ao papiro, deste ao pergaminho e finalmente chegou ao papel.


Por volta do ano 105 da era Cristã, a China já conhecia o papel, que chegou à Europa em 1150: nesse ano, as primeiras manufaturas de papel foram instaladas em Toledo e Valença. Saindo da China, a técnica de fabricação de papel passou por Samarcand, Bagdá, Damasco, Egito e Marrocos; chegando à atual Espanha em 1150, passou para a França, Alemanha, Portugal até a Inglaterra em 1490.


Por longo tempo preterido em favor do pergaminho, o papel finalmente passou a ser bem aceito na Europa, após a descoberta da imprensa, que precisava de material em larga escala de produção. Essa necessidade podia ser satisfeita pelo papel, cuja obtenção, em comparação com a do pergaminho, era mais fácil. Denominado pergaminho de trapo ou papel de trapo, era obtido de retalhos de algodão, linho, cânhamo ou similares, os quais eram cortados em pedacinhos, colocados de molho em determinada quantidade de água e moídos até se transformarem em uma massa pastosa. Essa massa era colocada em teares formando finas camadas, que após serem colocadas entre folhas de feltro, umas sobre as outras, eram submetidas a encolamento das fibras e estendidas para secar em varais apropriados e abrigados da luz solar.

Quanto ao pergaminho, material muito usado durante a Idade Média como base para a escrita, era obtido da pele de animais novos, sendo dada preferência às cabras e aos camelos. Os couros dos animais eram lavados, depilados e esfregados com pedras-pomes até ficaram claros e bem lisos. Não se deve esquecer que, após o abate dos animais, o couro precisava ser curtido, operação um tanto demorada. Os melhores pergaminhos eram obtidos de animais retirados ainda em fase de gestação, do ventre materno. Dessa forma, com processo tão demorado, não havia maneira de expandir a escala de produção do pergaminho, como era possível fazer com o papel.

Na segunda metade do Século XX, surge o papel de fibras de madeira. A obtenção de trapos não mais atendia à demanda de papel e urgia a descoberta de outras fontes de produção. A companhia editora "Times", de Londres, premiou em 1861, como resultado de um concurso aberto em 1854, Thomas Rutledge pela obtenção do papel que não era de trapos.

Papel de polpa de madeira já havia sido obtido em 1844, por Friedrick Keller, na Alemanha, e o português Moreira de Sá, fundou, em 1802, uma fábrica que produziu papel de pasta de madeira pouco tempo depois. Tal fato não conseguiu divulgar porque a fábrica foi destruída em 1808, drante a invasão francesa. Dessa forma, considera-se 1861 a data-base para a fabricação do novo tipo de papel.


No Brasil, no decorrer do século passado, foram feitas várias tentativas para a produção do papel, mas as fábricas acabaram falindo por falta de estrutura econômica.


Os acervos de documentos brasileiros assentados em papel, até a metade do Século XX, são, com certeza, de papel de trapo, sejam eles manuscritos ou impressos, de fabricação catalã, italiana ou francesa, devido à baixa produção portuguesa e à qualidade, que deixava muito a desejar.

Apesar das vicissitudes por que passou, essa documentação chegou até nossos dias graças à resistência do papel de trapo, pois o que não foi sistematicamente eliminado sofreu armazenamento inadequado, recebendo a ação da umidade, da poeira e da oscilação da temperatura. Uma parte muito reduzida da documentação brasileira deixou de passar por pelo menos um desses inconvinientes.



[Extraído de: Silva, Edith Maria da. Conservação e restauração de livros e documentos. Disponível em: < http://www.fundap.sp.gov.br/publicacoes/cadernos/cad08/Fundap08/CONSERVACAO%20E%20RESTAURACAO%20DE%20LIVROS%20E%20DOCUMENTOS.pdf >. Acesso em 14 dez. 2009>.]